Artrose
A artrose é um dos diversos tipos de artrite – doença que causa inflamação das articulações. Também conhecida como osteoartrose ou osteoartrite, a artrose é uma patologia degenerativa e progressiva, causada pelo aumento do atrito entre os ossos. O aumento do atrito nas articulações pode levar à inflamação local, gerando dor, inchaço e limitação das funções. Segundo o estudo “Thermotherapy for treatment of osteoarthritis”, ela pode evoluir rapidamente e destruir a cartilagem inteira.
Estudos americanos apontam que mais de 50 milhões de pessoas apresentam esta enfermidade. Ela é uma das causas mais frequentes de dor do sistema musculoesquelético e de incapacidade para o trabalho no Brasil e no mundo. A artrose é a doença reumática de maior prevalência na população acima dos 65 anos. Antes, essa patologia era tratada como uma doença progressiva, de evolução arrastada, sem perspectivas de tratamento e encarada por muitos como processo natural de envelhecimento. Hoje, no entanto, é vista como uma enfermidade em que é possível modificar o seu curso evolutivo, tanto em relação ao tratamento sintomático imediato, quanto ao prognóstico.Para compreender melhor o processo de deterioração que ocorre na artrose, é preciso entender como funciona uma articulação:
Articulação ou junta (como é conhecida popularmente), é o local onde os ossos se encontram. Como exemplo de articulações temos: o joelho, que é a articulação que conecta os ossos fêmur e tíbia, unindo a coxa à perna; o tornozelo, que é uma articulação que conecta os ossos tíbia, fíbula e talus, unindo as pernas aos pés; o cotovelo, que é a articulação que conecta o osso úmero aos ossos ulna e rádio, unindo o braço ao antebraço. É revestida pela cartilagem, uma estrutura responsável por amenizar o atrito e diminuir o impacto direto entre as extremidades ósseas, impedindo os danos nas articulações. Ela permite que os ossos deslizem uns sobre os outros com pouco atrito, gerando um amortecimento e, quando a articulação perde essa cartilagem, a artrose é instaurada. A insuficiência da mesma, ocasionada pelo desequilíbrio entre a formação e a reabsorção dos seus principais elementos, associada a uma variedade de condições, leva a um quadro de dores articulares.
No início da artrose, a cartilagem fica mais áspera, levando ao aumento do atrito durante a movimentação da articulação. Já a artrose grave surge quando a cartilagem é completamente destruída, provocando um atrito severo entre os dois ossos.
TIPOS DE ARTROSE
A artrose pode ser classificada em dois tipos:
– Primária: quando não há uma causa específica para o início do desgaste da cartilagem e está associada ao uso excessivo da articulação, como, por exemplo, a idade avançada, o sobrepeso e a prática intensiva de atividades físicas com alto impacto;
– Secundária: quando existe algum fator que marcou o início do desgaste da cartilagem, como fraturas na articulação, doenças e deformidades. O ponto de partida da doença é o aumento de carga ou a falha dos fatores protecionais da articulação (músculos, ligamentos, cápsula articular, meniscos), deixando-a vulnerável, o que pode iniciar o desgaste da cartilagem.
CLASSIFICAÇÃO DA ARTROSE
Por ser uma doença progressiva, a identificação do grau de comprometimento da articulação é fundamental para o tratamento. A doença inicia com uma redução do espaço da articulação, que perdeu a estabilidade, e pode apresentar osteófitos – crescimento ósseo em volta da articulação, na tentativa de restaurar a estabilidade perdida. No nível mais grave da doença, o espaço articular praticamente acaba, a articulação apresenta grandes osteófitos e pode crepitar, estalar ou ranger. Existe também a perda de movimento e a rigidez (que normalmente piora no frio). Logo, a artrose é classificada da seguinte forma:
CAUSAS
A artrose é uma doença multifatorial, ou seja, dependente de uma combinação de vários fatores. Ela pode estar relacionada com idade, genética, sexo, etnia, densidade óssea, fatores nutricionais, metabólicos ou com fatores externos, tais como as atividades diárias e os fatores biomecânicos.
Os principais fatores mecânicos são:
– Desalinhamento das articulações: causa o aumento do impacto e do processo degenerativo;
– Excesso de carga: pode ser derivada do sobrepeso ou do aumento de atividade física sem a preparação adequada;
– Fraqueza muscular: o musculo é a principal proteção das articulações. Quanto mais fraco ele estiver, maior a chance da artrose se desenvolver;
– Alteração no tipo de pé (pé plano ou cavo demais): causa desalinhamento e desgaste articular. Quanto mais idade a pessoa tiver, maior será a tendência a desenvolver um pé plano e um desalinhamento prejudicial;
– Cirurgias prévias: alguns processos cirúrgicos, como a retirada de meniscos ou reconstrução ligamentar, podem deixar a articulação instável e levar à artrose;
– Traumas e lesões nas articulações: lesões prévias podem deixar a articulação mais instável e mais vulnerável à doença.
São considerados fatores de vulnerabilidade:
– Idade: quanto mais avançada a idade, maior a predisposição à doença, pois o desgaste é característico;
– Hereditariedade e sexo: mulheres cujas mães têm artrose possuem maior probabilidade de desenvolver a patologia;
– Obesidade: pessoas obesas possuem maior carga articular, levando a fenômenos degenerativos;
– Hipermobilidade: implica em maior stress articular e maior facilidade na ruptura da cartilagem;
– Desigualdade de membros ou uma displasia: causam o desalinhamento da superfície articular, podendo levar a uma artrose precoce;
– Fatores Hormonais: descontroles hormonais alteram o metabolismo ósseo, propiciando o desenvolvimento da doença.
SINAIS E SINTOMAS
A artrose pode evoluir sem sintomas e ser diagnosticada em estágios mais avançados, mas alguns sinais podem ser indícios da doença, como a crepitação ou estalidos na articulação durante o movimento.
A dor costuma ser pior no final do dia e após longos períodos de inatividade. Além disso, nota-se a redução de mobilidade, inchaço, calor local e crepitações durante o movimento. Algumas pessoas sentem mais dor com mudanças climáticas. Conforme a artrose avança, as dores surgem com atividades cada vez menos intensas, podendo ocorrer mesmo em repouso e durante a noite. A artrose em fases avançadas leva a incapacidades severas.
A dor não é causada devido à lesão na cartilagem, pois esta não apresenta inervação. Isso significa que algumas pessoas com lesões graves da cartilagem podem apresentar poucas queixas de dor. Pessoas com lesões menos visíveis na cartilagem podem ter sintomas mais evidentes, devido à instabilidade articular e a inflamação dos tecidos ao redor. O principal sintoma da artrose é a dor, e pode estar ligada a:
– Rigidez da musculatura ao redor da articulação;
– Redução da força muscular;
– Perda de amplitude de movimento;
– Perda de equilíbrio, se a articulação ajuda a suportar o peso do corpo, como o tornozelo, joelho e quadril;
A rigidez articular também é uma queixa bem normal em pessoas com artrose. A rigidez é comum nos primeiros minutos do dia, após acordar, melhorando com o tempo. Durante o dia também podem surgir episódios de rigidez articular, principalmente após longos períodos de inatividade.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
O diagnóstico da artrose deverá ser feito por um especialista que avaliará a sensibilidade da região afetada e os limites de movimento da articulação. Será analisado o histórico do paciente e da família (para checar o fator hereditário), a ocorrência e a duração das dores. Exames de imagem podem indicar o desgaste nas áreas em que o paciente sente os incômodos, além de ilustrar o grau de desenvolvimento da doença. O raio-x, mesmo não exibindo a cartilagem, pode ser muito útil para o diagnóstico da artrose (diagnosticando casos bem avançados).
A artrose é uma doença crônica que piora progressivamente com o passar dos anos. O tratamento retarda a progressão da patologia e ajuda a reduzir os sintomas. Ele inclui terapias, medicamentos e, em alguns casos, cirurgia. O objetivo do tratamento conservador é controlar a dor e o inchaço, melhorar a qualidade de vida e prevenir a progressão da doença. Em geral, a prevenção e o tratamento da artrose estão relacionados ao ganho de mobilidade articular, estabilidade, melhora do alinhamento e, para conseguir isso, é necessário o aumento do equilíbrio e da força muscular. Algumas medidas são necessárias para controlar a doença, como:
– Fisioterapia: indicará exercícios específicos para o fortalecimento da musculatura próxima à região, além de reduzir a dor através do uso de aparelhos específicos (TENS, US, laser) e melhorar a postura do paciente para a realização de atividades cotidianas (maneira correta de andar, varrer a casa sem sobrecarregar a coluna ou os joelhos, a forma de sentar, etc);
– Emagrecer: diminui a sobrecarga nas articulações (aplicável, principalmente, em pessoas com sobrepeso). O excesso de peso está associado a maior probabilidade de desenvolvimento de artrose, principalmente nos joelhos;
– Repouso: a dor da artrose costuma piorar após o esforço e melhora após o repouso. Descansar a articulação afetada pela artrose nos momentos de crise ajuda a aliviar a dor. Porém o repouso excessivo pode atrofiar a musculatura e diminuir a mobilidade da articulação. Portanto, é recomendado curtos períodos de descanso absoluto, geralmente nos casos agudos de dor;
– Diminuir a prática de atividade física de alto impacto: algumas atividades físicas exigem movimentos repetidos e de alto impacto, o que pode acelerar o desgaste da cartilagem, podem levar a um desgaste articular. As articulações perdem mais rapidamente a cartilagem, o que diminui a sua capacidade de absorver impacto;
– Praticar atividade física: exercícios físicos são muito importantes para pessoas com artrose. Apesar do incômodo que a movimentação das articulações afetadas causa durante o esforço, a atividade física fortalece os músculos em torno da sua articulação e aumenta a amplitude do movimento. Quanto mais forte e flexível for a musculatura, menor é o atrito entre os ossos e, consequentemente, menor é a dor e a inflamação;
– Compressas de gelo: o gelo é um recurso muito utilizado para alívio de dor e controle inflamatório. Alguns estudos têm apresentado melhora da mobilidade articular com a aplicação de compressas combinada com a cinesioterapia (terapia com exercícios);
– Medicamentos: só deve ser utilizado com indicação médica. Os mais comuns são a administração de analgésicos para diminuir a dor e anti-inflamatórios para controle dos processos inflamatórios. Em casos mais extremos de dor, pode-se indicar o uso de medicamentos com maior potencial analgésico, mas que apresentam risco de dependência;
– Desbridamento artroscópico: realizado por meio de pequenas incisões em que o médico consegue visualizar o interior da articulação e retirar apenas o tecido necessário, aliviando as pressões articulares;
– Osteostomia: procedimento no qual se realiza um corte no osso e o reposiciona com parafusos, com objetivo de realinha-lo;
– Artroplastia: cirurgia que substitui a articulação agredida por uma prótese. As regiões do corpo que mais são atacadas por artroplastias são o joelho e o quadril;
– Artrodese: procedimento que realiza uma fusão entre as articulações através de pinos para que não haja movimento entre elas. Normalmente ela é realizada na coluna ou no pé;
– Palmilhas e sapatos sob medida: a utilização de palmilhas e sapatos sob medida ajudam a realinhar a base do nosso corpo, melhorando o alinhamento das articulações como tornozelos, joelhos e quadris, que são mais afetados devido a carga do corpo.
Existem casos que, mesmo com o uso de medicamentos orais e fisioterapia, a dor ainda é intensa. Para isso, pode ser indicada a realização de injeções de medicamentos diretamente na articulação, as chamadas infiltrações, utilizadas principalmente no joelho. Geralmente, são utilizados corticoides (um tipo de anti-inflamatório potente) ou ácido hialurônico (que é um componente lubrificante do líquido sinovial e aumenta a nutrição da cartilagem). Esse é um procedimento invasivo; deve ser prescrito e aplicado somente por médicos.
Quando o desgaste articular já está muito avançado, impedindo o movimento articular e causando muita dor, a cirurgia será indicada. Existem alguns tipos de procedimentos que podem ser realizados no caso de artrose. Os mais comuns são: desbridamento artroscóico, osteostomia, artroplastia e artrodese.
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As palmilhas e sapatos sob medida Pés Sem Dor promovem o alinhamento ideal dos pés, tornozelo, joelhos e eventual desigualdade de membros. Durante a avaliação, nossos especialistas verificam o comprimento de membros caso seja necessário. Equipamentos tecnológicos estarão disponíveis para identificar o desalinhamento de pisada e o formato exato dos pés.
Assim, o alinhamento dos ossos será corrigido, deixando as superfícies articulares com carga distribuída de forma uniforme. As palmilhas e sapatos reduzirão a sobrecarga e, consequentemente, a inflamação nas articulações, ajudando na melhora das dores e diminuindo a progressão do desgaste da superfície articular. Além disso, promovem melhor a distribuição da pressão plantar e o amortecimento de impacto. Sendo uma ferramenta poderosa no auxílio à redução dos sintomas que a artrose causa.
As palmilhas e sapatos são feitos com tecnologia 3D e precisão digital milimétrica, após uma avaliação gratuita dos pés, tornozelos e joelhos, com os especialistas da Pés Sem Dor. Veja agora todos os seus benefícios:
- Eliminação ou redução da dor;
- Prevenção de lesões;
- Aumento do conforto;
- Encaixe perfeito;
- Mais tempo em pé sem dores;
- Prevenção de progressão de patologias;.
- Melhora do amortecimento de impacto;
- Melhora do desempenho esportivo.
CALÇADOS
Em qualquer ocasião, o calçado deve ser escolhido sempre pelo seu conforto e não apenas pela estética. Sapatos de salto alto, por exemplo, irão concentrar a carga exercida nos pés e irão desalinhar as articulações, deixando-as menos aptas ao amortecimento de carga. Sempre que possível, esses tipos de sapatos devem ser evitados.
Isto não significa que sapatilhas ou sapatos sociais devem ser banidos, mas devemos sempre saber em que ocasiões os utilizar. Em casos onde os pés não ficarão sobrecarregados, o leque de escolha se expande. Porém quando a atividade exigir mais tempo em pé com possível sobrecarga, tente optar por calçados com um bom amortecimento.
Mais importante que a escolha do calçado, na artrose, é importante se atentar para o desgaste do mesmo. Um tênis desgastado que irá desalinhar a sua postura pode ser mais prejudicial do que um calçado sem amortecimento.
ESPORTE
Pesquisas comprovam o aumento do risco de artrose em atletas de elite, justamente pela sobrecarga de treino que estão expostos. Além disso, observa-se maior prevalência em esportistas com mais idade e que praticam esportes com maior risco de traumas, como por exemplo futebol americano, rugby e rockey no gelo por serem esportes de maior contato físico e com mais chance de trauma. Em jogadores de futebol observou-se maior índice de artrose em joelhos devido à maior incidência de lesões nos meniscos e ligamentos do joelho.
Sabe-se que esportes com maior impacto aumentam a probabilidade de uma lesão e desgaste articular. Entretanto, neste caso é importante se pensar mais na execução do movimento do que na carga propriamente dita. Através da prática esportiva bem acompanhada, com treinos progressivos e correção de movimentos, pode-se diminuir as chances de lesão, consequentemente diminuindo o risco de artrose.
DICAS E CURIOSIDADES
– Equipamentos adequados: equipamentos de proteção, principalmente em atividades com mais contato físico é indispensável;
– Aquecimento e desaquecimento: preparar o corpo para qualquer atividade é essencial, aumenta o fluxo sanguíneo para os músculos deixando-os mais preparados para a atividade. Desaquecer após a atividade física ajuda o corpo a se reorganizar, todos os sistemas precisam voltar ao nível de repouso;
– Um bom professor: o treinador para corrigir os movimentos, mostrando a técnica esportiva adequada e para montar um treino com progressão de carga ideal é indispensável na prevenção da osteoartrite;
– Diminua as atividades durante as dores:reduzir as atividades durante os episódios de dor. Quando sentimos dor, o nosso corpo adota posturas para tentar se proteger. Essa postura, pode levar a um desalinhamento e piorar congruência (“encaixe”) articular. Caso seja mantida um alto nível de treinamento, a articulação desalinhada é posta em risco;
– Mantenha-se ativo: a prática de atividade física é fundamental para se manter uma boa força muscular e regular o metabolismo, fatores que podem influenciar diretamente a artrose. Algumas medidas podem ser tomadas para se manter uma atividade física saudável;
– Compressa de gelo: o gelo pode ser utilizado em episódios de dor mais intensa. Por se tratar de uma doença mais sistêmica (envolvimento de mais de um sistema corporral), é importante o acompanhamento médico dos sintomas assim que diagnosticada a doença. Porém o gelo é um aliado efetivo para alivio rápido da dor.Aplique a bolsa de gelo sobre o locar da dor durante 15 a 20 minutos. Lembrando de proteger a região com um pano fino e nunca colocar o gelo direto sobre a pele.
Atenção, em outros sites é possível encontrar chás para o tratamento de artrose, como alecrim, salgueiro e ulmária, sais de Epsom e óleos naturais também são bastante citados. Porém é preciso lembrar que essas dicas caseiras não possuem evidências científicas. Acredita-se que a diminuição de dor é referida pelo efeito placebo por esses recursos. Em caso de dor, procure um especialista.
PERGUNTAS FREQUENTES
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LINKS EXTERNOS
1) Osteoartrite (Artrose): Tratamento | Scielo
2) Osteoarthritis of weigh bearing joints of lower limbs in former élite male athletes | NCBI